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Saiba como foi o debate no CAHL com o tema ‘Venezuela e Bolívia: crise ou esperança?’

O Debate foi promovido pelo NESPOC (Núcleo de Estudos em Sociedade, Poder e Cultura), na Linha de Pesquisa Cultura, Comunicação e Política, no dia 20 de dezembro.
 
Seguindo a linha de pesquisa que envolve cultura, comunicação e política, o Professor Dr. Muniz Ferreira (UFBA), abriu o debate com uma análise mais abrangente em relação a América Latina e não somente a Venezuela e Bolívia. Partindo das semelhanças e especificidades que envolvem a região, o professor delineou quais os aspectos históricos e socioeconômicos que determinam as diretrizes para os atuais governos.
Analisando em especial oito países, Brasil, Chile, Bolívia, Venezuela, Equador, Nicarágua, Argentina e Uruguai, Ferreira apontou como as experiências históricas de populismo, lutas pela soberania nacional, governos autocráticos e aprofundamento das diferenças sociais representaram marcos comuns a esses países e poderiam ser considerados como fatores que influenciaram para a atual realidade da América Latina.
Para o professor, os governos de Lula no Brasil, Vasquez no Uruguai, Michele Bachelet no Chile, Nestor Kischner na Argentina (considerando que Cristina foi eleita recentemente), Hugo Chávez na Venezuela, Daniel Ortega na Nicarágua, Evo Moraléz na Bolívia e Rafael Correa no Equador são conseqüências do acúmulo de forças das massas desde o fim da década de 70.
A diferenciação política feita pela mídia no sentido de serem uns governos mais de esquerda que outros, para o professor é equivocada, o que existe, na verdade, são orientações oriundas de uma realidade específica de cada país e da constituição histórica de cada um deles. No caso da Venezuela, Bolívia e Equador, por exemplo, os governos surgiram como uma tentativa de frear um colapso socioeconômico e os levantes das massas populares, já na Argentina e Uruguai, era a superação de uma estagnação.
Sobre especificamente a Bolívia e a Venezuela, Ferreira apresentou o quanto a aprovação da constituição boliviana e o plebiscito venezuelano significam para os governos latinos. Para ele, a derrota de Chavez no plebiscito pode representar um desgaste do governo, porém o aspecto mais importante a ser analisado é a abstenção de mais de 3 milhões de cidadãos venezuelanos, o que é de fato um problema tendo em vista um governo de caráter popular.
Para finalizar a apresentação, Ferreira apontou que todas essas experiências na América Latina são de extrema importância, visto que representam situações novas até historicamente. É uma tarefa para a própria esquerda latino-americana de pensar de forma inovadora e original, ressaltou ele.
Coordenação da Profª Drª Lucileide Cardoso (UFRB)
Texto de Lorena Andrade – estudante de Jornalismo da UFRB

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