Após uma semana de intenso movimento, com a presença de mais de 4500 participantes inscritos(as), a Reconcitec 2024, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB),  foi encerrada na sexta-feira (25. A cerimônia de encerramento ocorreu no auditório da Biblioteca Central do Campus de Cruz das Almas e foi um momento de celebrar os números históricos da edição e premiar os melhores trabalhos apresentados. 

Além do recorde de participação, a 10ª edição da Reconcitec registrou 1806 resumos submetidos, dos quais 1676 foram aprovados e apresentados, 189 atividades, 78 mesas redondas, 25 palestras, 77 minicursos e 70 expositores(as) na Feira Acadêmica de Economia Solidária (Faesol). 

Nesta edição, o evento foi realizado novamente no formato híbrido, combinando atividades presenciais e online, com transmissão pela TV UFRB. A audiência alcançou índices inéditos, registrando 42 mil visualizações, que totalizaram 7.600 horas de conteúdo assistido, além de 507 mil impressões — ou seja, quantas vezes o conteúdo do canal foi sugerido aos usuários do YouTube. Cada uma das 184 atividades transmitidas teve, em média, 45 espectadores. Os países que mais acessaram o conteúdo, além do Brasil, foram México, Moçambique e Portugal. Com a transmissão, o canal ganhou 700 novos inscritos.

“Esses números expressivos demonstram o impacto crescente que as ações da Reconcitec têm tomado e nos mostram o quanto crescemos a cada ano. Então, tomamos uma grande dimensão e esse sucesso se deve ao esforço dedicado de uma equipe muito comprometida”, declarou Soraia Barreto, coordenadora de pesquisa da UFRB.

A programação da 10ª Reconcitec, além das atividades tradicionais como a Faesol e o Robot Challenge, trouxe novidades para o público. Um dos destaques foram as tendas dos Centros de Ensino, que incluíram apresentações de projetos e dos cursos ofertados pelos sete centros da UFRB. Segundo Simone Alves Silva, pró-reitora da PPGCI, pró-reitora da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Criação e Inovação (PPGCI), as atividades atraíram tanto o público interno quanto a comunidade externa, evidenciando o amadurecimento da Reconcitec ao longo dos anos.

Nesse sentido, Georgina Gonçalves, reitora da UFRB, ressaltou a importância do evento como uma vitrine das ações realizadas pela instituição e uma forma de prestação de contas à sociedade. “Nossa comunidade tem dado prova de seu compromisso com conhecimento, a qualidade, a formação, a preservação do que há de melhor no nosso povo, a ciência e os vários saberes. Estamos reafirmando esse compromisso com esses resultados desse 10ª Reconcitec”, declarou. 

A reitora também relembrou a presença de Ailton Krenak na conferência de abertura do evento e a mensagem que o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) deixou à comunidade da UFRB. “Ele disse pra nós que a nossa aposta no futuro precisa acontecer aqui, agora e já. Ele apontou para nós que o futuro, a inovação, o conhecimento, a memória estão sendo construídos e apresentados aqui no nosso território, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia”, afirmou Georgina.

Premiação

A solenidade de encerramento premiou os melhores trabalhos nas categorias Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) e Pós-graduação. Pela primeira vez, também foram premiados os(as) monitores(as) que se destacaram durante o evento.

Na categoria PIBIC, o trabalho “Impacto de funcionamento de uma usina eólica na ocorrência de mamíferos de médio e grande porte em Morro do Chapéu”, de autoria de Pietra Rodrigues Oliveira Martins,Tainara da Silva Pereira, Pâmella Gomes Dos Santos, Lorrane Santos Vieira, Vanderlei da Conceição Veloso-Junior , com orientação de Vanderlei da Conceição Veloso-Junior e Gustavo Luis Schacht, do  Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB), obteve a maior pontuação dos(as) avaliadores(as). Na sequência de premiados, estão os trabalhos “Implicações do racismo na saúde sexual e reprodutiva de mulheres quilombolas e de territórios na ótica das mulheres”, de Deise Mota Batista, Edvana Maria Santana Ferreira, Sara Joana Serra Ribeiro, orientadas por Amália Nascimento do Sacramento Santos, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e  “Mapeamento de leitura de autoria feminina negra nos doutorados da região Nordeste”, de Alan Barbosa de Santana, sob orientação de Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins, do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT).  

Com o trabalho “Desenvolvimento de próteses de membro superior personalizadas utilizando filamento de pet reciclado: uma abordagem sustentável e acessível com impressão 3D”, Rafael Machado Bessa, Leandro Brito Santos, Marcus Vinícius Oliveira Ribeiro Brandão, com orientação de Nilmar de Souza, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), obtiveram a maior nota de avaliação na categoria PIBIT. Os trabalhos “Experimentação com sensor bmp 280 e módulo GPS para demarcação de curvas de nível utilizando Arduíno”, de autoria de Luiz Augusto de Oliveira e orientação de Nilton Cardoso da Silva, do  Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC) e  “Design de materiais à base de Eu³⁺ com ligantes sulfóxidos, [Eu(dbm)₃.(dbso)], [Eu(dbm)₃.(PTSO)] e [Eu(dbm)₃.(dmso)] para aplicação em protótipos de células solares”, feito por Daiane dos Santos Nogueira e Andrei Marcelino Sá Pires Silva, com orientação de  Jorge Fernando Silva de Menezes, do Centro de Formação de Professores (CFP), também foram destaques na categoria. 

Já a categoria Pós-Graduação premiou os trabalhos de Thassyanna dos Santos Fernandes, do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS), “Sexualidade com deficiência: um estudo com estudantes da Pestalozzi do município de Cruz das Almas-BA”;  Geicile Santos Barreto da Paixão, orientada por Denize de Almeida Ribeiro, do Programa de Pós-Graduação em Saúde da População Negra e Indígena (PPGSPNI), com o trabalho “Inovações ancestrais de mulheres negras nos quilombos do Recôncavo da Bahia”; e Denilson dos Santos Santana, Lucas dos Santos Barboza, Tainá Delmondes Santos da Conceição, orientados por Ana Cristina Fermino Soares, do Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias (PPGCAG), com o trabalho: Avaliação In Vitro de isolados de Trichoderma SPP e Penicillium SPP no controle de Aspergillus Welwitschiae”.

Tatiane Santana, Maria Eduarda Lima Santos, Claudia N. Santos da Silva, Tailane de Jesus da Silva e Ailan Santos de Jesus foram premiados como monitores destaque. 

Reconcitec 2024

A 10ª Reconcitec, com o tema “A inovação é ancestral”, teve como objetivo a difusão e o estímulo do debate acerca das atividades científicas, extensionistas, tecnológicas, de internacionalização e permanência qualificada desenvolvidas em âmbito nacional e especificamente na região do Recôncavo da Bahia. Também era proposta do evento propiciar o intercâmbio da ciência e a aplicabilidade de resultados científicos e tecnológicos e elaborar estratégias para a promoção do desenvolvimento do Recôncavo, da Bahia e do Brasil.

A Reconcitec 2024 foi formada pelos seguintes eventos: XVIII Seminário Estudantil de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (XVIII SEPIP); IX Simpósio de Extensão; V Seminário de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis da UFRB;  XII Feira Acadêmica de Economia Solidária (XII FAESOL) e VI Simpósio de Graduação da UFRB.

Todas as atividades da Reconcitec 2024 foram gratuitas e abertas ao público. Além da comunidade acadêmica da UFRB, participaram estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio de escolas da região, integrantes de diversas instituições de ensino, pesquisa e extensão nacionais e internacionais, funcionários de empresas público-privadas, representantes dos Colegiados Territoriais (Recôncavo, Vale do Jiquiriçá, Portal do Sertão, Sisal e Baixo Sul), entre outros.

Acesse a galeria de fotos da Reconcitec 2024.

Veja como foi a cerimônia de encerramento da Reconcitec 2024:

Estão abertas até 17 de novembro as inscrições do processo seletivo para o curso de extensão em Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, na modalidade a distância, estabelecido por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB). A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) é uma das instituições a ofertar o curso.

Podem participar professores(as) que atuam em sala de aula da educação básica, que possuam acesso à internet e residam em um dos municípios relacionados no edital. 

A inscrição dos(as) interessados(as) é gratuita e deve ser feita no endereço eletrônico: ead.app.ufrb.edu.br/dashboard/#/nc/form/569f7609-9178- 4939-96a1-1964a46e5132, com o preenchimento do Formulário de Inscrição e envio da documentação exigida no edital. A seleção será realizada por ordem cronológica de inscrição no processo seletivo e a partir da análise da comprovação de que o candidato(a) pertence ao público-alvo do curso até completar o número limite de cinco mil vagas. O resultado final está previsto para 26 de novembro.

O curso será realizado em atividades síncronas e assíncronas, estando subdividido em 4 (quatro) módulos, com duração de 3 (três) meses e carga horária de 120h. O objetivo é formar professores da Educação Básica, que atuam em salas de aula comuns, para desenvolverem concepções e trabalho pedagógico alinhados com os princípios das políticas de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, visando atender ao coletivo e às singularidades dos estudantes. 

A realização do curso é uma iniciativa da CAPES e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC). Serão ofertadas, ao todo, 1.250.000 vagas.  

Acesse a página da Educação a Distância da UFRB para acompanhar as novidades da seleção.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) instituiu o Comitê de Enfrentamento ao Assédio Sexual, Moral e Discriminações (CEAS). A ação tem como objetivo coordenar e monitorar a implementação da política de prevenção e combate a essas formas de violência aprovada pelo Conselho Universitário (CONSUNI) em junho de 2024.

Composto por representantes de diversos setores da UFRB, o CEAS inclui a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoal (PROGEP), a Pró-Reitoria de Administração (PROAD), a Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE), além de membros do Fórum de Diretoras(es), do Fórum de Gerentes Técnicos e da Reitoria.

A primeira reunião do CEAS ocorreu nesta quarta-feira (23), na Sala dos Conselhos da Reitoria, marcando o início das atividades para implementar as ações da política de enfrentamento aos assédios e discriminações no âmbito da universidade. 

Aline Santiago, gestora do Núcleo de Gestão e Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho (NUGASST) e integrante do CEAS, ressaltou que a Resolução que instituiu a Política na UFRB já vinha sendo debatida e reflete uma demanda da comunidade. Ela também destaca que a minuta da política recebeu uma avaliação positiva do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou o documento “bem condizente com os normativos atuais porque de uma maneira ampla, consegue atender toda a comunidade, servidores, estudantes e terceirizados”.

Entre as principais atribuições do CEAS estão o monitoramento da adoção das políticas de prevenção e enfrentamento aos assédios e discriminações, além da proposta de ações educativas e preventivas. A reitora da UFRB, Georgina Gonçalves, explicou: “A instalação do Comitê garante ações de acompanhamento a possíveis casos de assédio e discriminação que por ventura aconteçam, inclusive com o devido processo legal. Além disso, garante também ações educativas, cria dispositivos educativos e formadores, inclusive no sentido de identificar as situações de assédio e discriminações, garantindo que esta universidade seja um espaço de proposição de enfrentamento a essas questões”.

Para mais informações sobre o Comitê de Enfrentamento ao Assédio Sexual, Moral e Discriminações (CEAS), consulte a Portaria nº 922/2024.

Dráuzio Gama, doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias (PPGCAGR) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), está em Portugal para um doutorado-sanduíche, onde investiga a memória hídrica das sementes. Essa experiência internacional é possibilitada por uma bolsa pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e faz parte de um acordo de cooperação entre a UFRB e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

A memória hídrica das sementes diz respeito à sua capacidade de tolerar estresse hídrico em ciclos repetidos de hidratação e desidratação. Essa adaptação permite que algumas sementes mantenham sua viabilidade mesmo após períodos de condições adversas, possibilitando a germinação quando o ambiente se torna favorável. Embora essa característica seja comum em sementes de regiões áridas e semiáridas, nem todas as sementes a possuem.

Dráuzio ressalta que os conhecimentos obtidos a partir de estudos sobre memória hídrica em sementes podem ser aplicados de diversas formas, como no planejamento da coleta de sementes florestais, em estratégias de conservação através de condicionamento osmótico e na otimização em tecnologia de sementes. “Conhecer de antemão que determinada espécie possui essa capacidade evita gastos desnecessários com estudos mais preliminares, como em processos mesmo de engenharia genética, por exemplo. Cabendo apenas domesticar e/ou selecionar as melhores progênies em algum estudo de melhoramento, se for o caso”, complementa o doutorando.

A pesquisa de Dráuzio envolve testes com a semente de espécie arbórea Copaifera arenicola, típica da caatinga brasileira, também conhecida em algumas localidades da região do Nordeste da Bahia como miroró ou pau-preto. Esse trabalho é parte fundamental das pesquisas já realizadas por Emerson Chambó, seu orientador e professor do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB/UFRB), com financiamento do CNPq.

Em Portugal, o professor  Filipe Costa e Silva colabora com os estudos sobre a memória hídrica de sementes. Segundo Emerson, a experiência do pesquisador português com estresse hídrico em outras espécies será “crucial para adaptar e aprimorar as metodologias internacionais ao contexto brasileiro”.

Emerson também destaca a importância da parceria entre a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, que “fortalece o intercâmbio de conhecimento e fomenta o desenvolvimento de abordagens inovadoras, beneficiando diretamente o avanço científico no Brasil e ampliando as possibilidades de estudos nessa área”.

No início do seu doutorado-sanduíche, Dráuzio prevê que os estudos em Portugal sejam concluídos em janeiro de 2025. A expectativa dele é de que o período no exterior seja de grandes possibilidades e produtividade para a pesquisa sobre a memória hídrica nas sementes, principalmente “em razão da universidade proporcionar espaço para investigação científica em um ambiente de relações bastante agradável”, afirmou.

Ele expressa otimismo quanto ao período no exterior, acreditando que proporcionará grandes oportunidades e produtividade para sua pesquisa sobre a memória hídrica das sementes, especialmente por conta do ambiente colaborativo oferecido pela universidade.

Ailton Krenak levou o público à reflexão com uma palestra provocativa sobre a relação da humanidade com os territórios, ancestralidade, inovação e futuro. “Não é comum relacionar ancestralidade e tecnologia porque a tecnologia sempre foi ferramenta do colonizador, os modos de vida dos ancestrais eram vistos como modo de vida, como cultura”, disse o líder ambientalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) durante a conferência de abertura da 10ª edição da Reunião Anual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura, a Reconcitec 2024, evento da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A palestra aconteceu na segunda-feira, 21, no auditório da Biblioteca Central do Campus de Cruz das Almas.

A velocidade de surgimento de novas tecnologias, segundo Krenak, traz ansiedade já que as pessoas estão sempre na busca pela próxima ideia inovadora. O caminho seria descartar a inovação “na perspectiva cartesiana, que o capitalismo institui, e pensar na inovação no envolvimento com o clima, no envolvimento com os ecossistemas onde vivemos, no envolvimento com o território”. Para ele, a conexão com o território possibilitaria um contato direto com outros modos de saber e ajudaria “a  superar o mundo dualista e a buscar novas subjetividades”.

Ailton seguiu refletindo sobre tecnologia e ancestralidade associadas à ideia de tempo, “para não esquecermos que o tempo determina muito das nossas possibilidades”. De acordo com ele, a sociedade concebe o futuro como um outro, deslocado do agora. Citando o trecho de abertura do seu livro “O futuro é ancestral”, Krenak argumenta que a aproximação com a ancestralidade pode despertar a capacidade de cuidar do mundo e devolvê-lo  para as próximas gerações como ele foi herdado e, isso sim, seria tecnologia”, defende. 

Solenidade

A presença de Ailton Krenak na UFRB mobilizou um grande público, que lotou o auditório para ouví-lo e prestar reverência ao ambientalista. Uma delas foi feita em forma de cordel, declamado pelo estudante Jonas Samuama, autor de “Ailton Krenak, o rio da memória”. A Academia Cruzalmense de Letras (ACL) também homenageou o imortal da ABL com livros e uma placa celebrativa pela visita. 

O momento de falas institucionais foi aberto por Simone Alves, pró-reitora da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação, Criação e Inovação (PPGCI). Ela explicou a perspectiva da organização da Reconcitec 2024 sobre a escolha da temática da edição. “Falar sobre inovação e ancestralidade parece um paradoxo, porém a inovação moderna deve ser vista como um processo contínuo de adaptação e aprimoramento demonstrando que a inovação é uma construção acumulativa, onde cada avanço se baseia em conhecimentos preexistentes, além disso valorizar a inovação ancestral é essencial para promover o desenvolvimento sustentável”, disse. 

Já o vice-reitor da UFRB, Fábio Josué, destacou a importância da Reconcitec para a região do Recôncavo, “se constituindo como um espaço importantíssimo para a divulgação e socialização do conhecimento aqui produzido”. O evento, segundo ele, “tem se firmado ao longo dessas 10 edições como o maior evento de ciência, tecnologia, inovação e cultura desse território”.

Por sua vez, Georgina Gonçalves, reitora da UFRB, ponderou sobre as dificuldades encontradas para a realização de eventos acadêmicos como a Reconcitec e os desafios enfrentados pelas universidades como espaços de promoção do debate. Para ela, a presença de Ailton Krenak na instituição é um momento de celebração, mas também de lembrar as lutas travadas cotidianamente. “Essa é uma agenda que precisa começar com a nossa luta, com nossa disposição em mudar, disposição de dizer que estamos aqui, reconhecemos o passado e estamos dispostos a lutar pelo nosso futuro que pertence a esse território e que passa por cada um de nós”, afirma.

Também estavam na mesa institucional, os(as) gestores(as) Carolina Fialho Silva, pró-reitora da Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD); Denize de Almeida Ribeiro, pró-reitora da Pró-reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE); e Danilo Barata, pró-reitor da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC).

Programação

A programação da 10ª Reconcitec inclui 211 atividades, incluindo palestras, rodas de conversa, minicursos e mesas-redondas, além da submissão de 1734 resumos. A inscrição de interessados(as) em participar do evento segue aberta até o dia 25 de outubro, por meio do sistema on-line UFRB Eventos.

Todas as atividades da Reconcitec 2024 são gratuitas e abertas ao público. Além da comunidade acadêmica da UFRB, são esperados estudantes do Ensino Médio, integrantes de diversas instituições de ensino, pesquisa e extensão nacionais e internacionais, funcionários de empresas público-privadas, representantes dos Colegiados Territoriais (Recôncavo, Vale do Jiquiriçá, Portal do Sertão, Sisal e Baixo Sul), entre outros.

O evento também contará com o XVIII Seminário Estudantil de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (XVIII SEPIP); o IX Simpósio de Extensão; o V Seminário de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis da UFRB; a XII Feira Acadêmica de Economia Solidária (XII FAESOL) e o VI Simpósio de Graduação da UFRB. Assim, a Reconcitec se torna um importante espaço de diálogo sobre as políticas de pesquisa, pós-graduação, permanência qualificada e extensão da UFRB, além de apresentar as ações realizadas pelos programas e projetos inseridos em diversos Territórios de Identidade do Estado da Bahia.

Veja a programação completa em ufrb.edu.br/reconcitec.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) está na sexta temporada do “Univerciência” da TV Brasil com uma matéria sobre o programa de extensão Tecelendo, desenvolvido no Centro de Formação de Professores (CFP), em Amargosa. A reportagem irá ao ar no sábado (19), às 13h30, no 10º episódio da temporada, na TVE Bahia. A emissora é transmitida no canal 10 (24 UHF digital), no interior do estado, e no canal 10 (digital), em Salvador e na região metropolitana.

Desde 2008, o Tecelendo tem se dedicado à alfabetização de jovens, adultos e idosos por meio da educação e cultura popular. Na matéria do ‘Univerciência’, o público irá conhecer as iniciativas do programa, seus objetivos e um pouco de sua  história, por meio de depoimentos e da equipe, participantes e membros da comunidade impactados pelo Tecelendo. 

A TVE Bahia reexibe o Univerciência às quartas-feiras, às 19h. O programa também estará disponível na TV UFRB e na TV UESB.

Univerciência

Criado em 2020 pela TV UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), o ‘Univerciência’ é o primeiro programa brasileiro de TV aberta e Internet produzido em parceria entre universidades públicas e TVs públicas nordestinas, com foco na promoção, na popularização e na difusão da ciência. 

A partir da parceria entre a TV Brasil, TVE Bahia e cerca de 50 instituições públicas de ensino superior de toda a região, o programa conta com conteúdos colaborativos com alcance e repercussão nacional, através da veiculação em mais de 25 TVs públicas, educativas, culturais e universitárias, e nos canais das emissoras e das universidades na Internet.

O conteúdo produzido pode ser assistido em diferentes dias e horários nas diversas emissoras de TV aberta, em 27 estados brasileiros, além do Canal Saúde e Canal Futura, e é disponibilizado semanalmente na Internet por cada TV e universidades participantes, e a partir da nova parceria com a Tv Brasil, o potencial de alcance chega a 180 milhões de pessoas. Entre estudantes, docentes e técnicos, as instituições que produzem o ‘Univerciência’ contam com mais de 800 mil pessoas, além de mais de 8 milhões de pessoas nas redes sociais.

O ‘Univerciência’, pode ser visto, em sinal aberto: em todo Brasil pela Tv Brasil; na Bahia, pela TV UESB, TVE e TV ALBA; no Ceará, pela TVC;  no Espírito Santo, pela TVE ES; em Goiás, pela TV UFG, no Maranhão, pela TV UFMA e TV IFMA; em Minas Gerais, através da Rede Minas; em Pernambuco, através da TVU Recife e da TVPE; no Piauí, pela TV Antares e TV Assembleia; no Rio Grande do Norte, pela TVU RN; em Santa Catarina, através da TV UFSC; em São Paulo pela TVT; em Sergipe, na TV Aperipê; no Canal Educação da TV Brasil;  e ainda pelo Canal Saúde, para a Região Metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília; e no Canal Futura. Esses três últimos canais também estão disponíveis através de operadoras de TV por assinatura e por parabólica para todo o Brasil. 

Para saber mais sobre o ‘Univerciência’, acesse a página do programa.

Ocupar espaços no debate científico ainda é um desafio para as mulheres. Um relatório de 2022 da editora Elsevier, em parceria com a agência Bori, revela que, apesar do aumento da participação feminina em pesquisas científicas, essa taxa diminui à medida que as mulheres avançam na carreira. Na tentativa de mudar esse cenário, foi criada a “Rede Nacional de Mulheres na Nanociência: conhecimento e inovação para cientistas e profissionais do futuro”, coordenada pela Universidade Franciscana (UFN). 

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) está presente na Rede com as professoras Rogelma Maria da Silva Ferreira, Karina Araújo Kodel, Livia Paz e Marília Conceição de Souza Carceres, do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC) no campus de Cruz das Almas. Além da UFRB, o projeto envolve outras 20 Instituições de Ensino Superior (IES), quatro empresas e 20 escolas de Educação Básica. A Rede está presente nas cinco regiões brasileiras, alcançando 12 estados, 80 pesquisadoras e mais de 10 mil estudantes.

A Rede foi aprovada no início de setembro pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Seu objetivo é ampliar o acesso, a permanência e a inclusão de meninas e mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco em Nanociência e Nanotecnologia (N&N). A Nanociência investiga as propriedades dos materiais e as técnicas para manipular a matéria em escala nanométrica, que varia de 1 a 100 nanômetros, enquanto a Nanotecnologia é a aplicação desse conhecimento. O projeto visa capacitar e formar uma nova geração de cientistas e profissionais, promovendo a distribuição equitativa e o acesso a oportunidades educacionais e de pesquisa em todas as regiões. 

A professora Rogelma Ferreira destaca que as duas áreas são interdisciplinares e  reconhecidas como recursos essenciais para o desenvolvimento científico e tecnológico, englobando diversas disciplinas, como Química, Física, Matemática, Biologia, Computação, Farmácia, Engenharias, Medicina e Educação. “A Nanociência e a Nanotecnologia têm potencial para revolucionar diversos aspectos de nossa vida cotidiana”, explica Rogelma.

Nesse sentido, a professora Lívia Paz acredita que a estatística, sua área de atuação, tambémpode contribuir significativamente para o projeto e para os estudos em N&N. “A estatística é linda, pois tem uma área muito ampla de aplicabilidade em qualquer área. Então é possível mostrar as ferramentas estatísticas utilizadas na área do estudo do projeto colocando na prática nos exemplos atuais pois qualquer pesquisa/projeto somente vale a pena quando utiliza o seu conhecimento e coloca na prática do dia a dia demonstrando para essas meninas que é possível sermos profissionais e cientistas do futuro”, explica.

Para aumentar a inserção de meninas em temas interdisciplinares de N&N,  a Rede propõe atividades que incluem a criação de materiais educacionais, como histórias em quadrinhos sobre mulheres na ciência, cursos de formação para estudantes de diferentes níveis e a oportunidade de participarem de laboratórios de pesquisa.

Outro ponto destacado por Rogelma é o uso da cultura digital como aliada  para o desenvolvimento científico e tecnológico na área de N&N.  “Este projeto busca aproximar tecnologias de realidade virtual e gamificação dos participantes do projeto na área de nano. Abordaremos ações em a) realidade virtual que permite que se explore e interaja com átomos e moléculas para formar novos materiais e promove o aprendizado lúdico, capacitando o aluno a manipular diretamente os elementos constituintes de novos materiais e observar em tempo real os efeitos de suas modificações; b) uso de estratégias de gamificação em parte das atividades a serem desenvolvidas nas escolas de educação básica, comunidades indígenas e quilombolas e nos ambientes das Universidades; c) Imersão com PhET Interactive Simulations (projeto da University of Colorado Boulder de recursos educacionais abertos sem fins lucrativos), o que permite descrever diferenças entre átomo e a molécula, construir moléculas simples a partir de átomos, reconhecer que o índice numa fórmula molecular indica o número de átomos na molécula, reconhecer também que o coeficiente indica o número total de moléculas e associar nome de moléculas comuns a múltiplas representações; d) preparação de material envolvendo a cultura maker buscando materiais de baixo custo e com sustentabilidade (Arduíno, robótica, entre outros) para ser usado em oficinas para as estudantes”, detalhou a pesquisadora.

Para a professora Lívia, fazer parte da Rede é fundamental para as estudantes da UFRB, pois o projeto “incentiva meninas do ensino médio alçarem voos mais altos em qualquer área de conhecimento principalmente na área das exatas”. Ela também destaca que a importância para as pesquisadoras envolvidas: “Sinto-me muito privilegiada”.

Mais uma vez, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) é parceira na realização da Feira Literária de Cachoeira (Flica), que ocorrerá entre os dias 17 e 20 de outubro. Professores(as) e estudantes da instituição integram a extensa programação do evento, que também contará com o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) como um dos principais locais de realização.  

Antes mesmo da Flica, a UFRB já se fez presente na Feira com as professoras Dyane Brito e Dinalva Melo contribuindo com a programação da Casa dos Autores Brasileiros. No dia 18, os professores Ayrson Heráclito e Luigi Fernandes participarão das mesas “Os Registros Visuais do Patrimônio Cultural” e “O modo de fazer tradicional do Licor de Cachoeira”, respectivamente, na Fundação Hansen Bahia. Estudantes da UFRB também terão oportunidade de participar de uma oficina de pintura criativa, intitulada “Festa das cores ilustradas”. A Editora da UFRB terá um stand no Espaço das Editoras Universitárias com exposição de livros, onde os visitantes poderão conhecer e comprar os mais de 200 títulos publicados.

Assim como em edições anteriores, a programação da Fliquinha, um espaço lúdico dedicado à literatura infantojuvenil, será realizada no auditório do CAHL, localizado na Rua Maestro Irineu Sacramento. O espaço receberá apresentações teatrais, espetáculos músico-literários e encontros com autores(as) de livros voltados para crianças e adolescentes.

Flica 2024 

Com o tema “O Mundo da Literatura em Festa”, a 12ª edição da Flica traz uma programação ampla e diversificada, organizada em cinco espaços temáticos: Tenda Paraguaçu, Fliquinha, Geração Flica, além de dois palcos dedicados às apresentações musicais e culturais: Palco Raízes e Palco dos Ritmos.

Entre os destaques da programação estão Zezé Motta, cantora e atriz; Liniker, cantora, compositora, atriz e artista visual trans; Gegi Núñez, ativista indígena Guarani; Raphael Montes, escritor e roteirista; Thalita Rebouças, Jornalista e escritora brasileira; Elisa Lucinda, atriz, cantora, escritora e poetisa; Itamar Vieira, escritor; João Pimenta, humorista; e Upile Chisala, pesquisadora e contadora de histórias africanas do Malawi. 

As atividades incluem debates, intervenções artísticas, mesas de bate-papo, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, espetáculos, contação de histórias, exibição de conteúdos audiovisuais, apresentações de filarmônicas e muito mais.

Toda a programação da Flica é gratuita e aberta ao público.

Para saber mais sobre a festa, acesse a página da Flica 2024 e o Instagram do evento.

“Você é muito xereta”, dizia a avó à pequena Sonia. A curiosidade que deixava a matriarca “zangada” ajudou a tornar Sonia Guimarães a primeira mulher negra doutora em Física no Brasil, a primeira negra professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e entusiasta da participação feminina nas Ciências Exatas. Na quinta-feira, 10, o auditório da Biblioteca Central do Campus de Cruz das Almas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) estava lotado para ouvi-la contar sua história e a de outras mulheres negras nas ciências exatas na palestra “Pessoas do Gênero Feminino nas Ciências: mentes brilhantes brasileiras”.

Seguindo a máxima de que “o exemplo arrasta”, Sonia apresentou nomes de cientistas brasileiras como Vivian Miranda, doutora em Astrofísica e professora da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, e Denise Fungaro, química e pesquisadora do Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Sua mensagem era de incentivo para que meninas e mulheres se inspirem nas trajetórias de quem já trilhou caminhos de sucesso e saibam que é possível ocupar espaços na ciência. “É para elas saberem na hora que ouvirem ‘você nunca vai aprender Física, já viu uma cientista negra igual a você?’ poderem responder ‘vi sim e eu vou ser melhor ainda do que elas’”, declarou a professora.

No auditório, além de servidores(as) e estudantes da UFRB, estavam presentes alunos(as) do Colégio Estadual Landulfo Alves de Almeida e do Centro Territorial de Educação Profissional Recôncavo II Alberto Torres (CETEP), de Cruz das Almas, entre eles Larissa de Oliveira. Estudante do 3º ano do curso técnico em Segurança do Trabalho do CETEP, ela sonha em cursar Engenharia Civil. Para Larissa, conhecer Sonia e ouvir as histórias de outras mulheres de sucesso é uma inspiração para construir sua própria trajetória, “porque as mulheres precisam ocupar esse espaço grande na sociedade”, disse.

Nesse caminho da busca em ocupar espaços, já está Andressa Borges. Ela estuda Engenharia de Tecnologias Assistivas e Acessibilidade no Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS/UFRB). Vinda de uma escola pública, em Conceição da Feira/ BA, ela conta que o desejo de ser engenheira vem desde o ensino fundamental, mas, à época, não havia incentivo para que meninas seguissem para a área de exatas. Por isso, Andressa procura se inspirar em outras mulheres para superar os desafios que encontra  em sua formação. 

Foi participando do grupo dedicado à promoção de engenheiras, cientistas mulheres e meninas de inspiração ao redor do mundo, o Women in Engineering (WIE), no CETENS, que Andressa conheceu Sonia Guimarães. “Ela não é só uma pesquisadora brilhante; é uma pessoa muito carismática. E ver uma pessoa negra, mulher ainda por cima, fazer história dentro das ciências exatas, não só uma inspiração para nós mulheres, mas também para as meninas negras  que buscam também trilhar esse caminho”.  

A palestra de Sonia foi uma ação promovida pela Reitoria da UFRB e uma iniciativa do projeto de extensão “Mulheres na Ciência: mentes brilhantes no Recôncavo da Bahia”, coordenado pelas professoras Rogelma Ferreira e Andrêssa Lima, do CETEC/UFRB; Jacira Teixeira e Camila Escobar, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS/UFRB) e Rafaela Lima, do Centro de Formação de Professores (CFP/UFRB).

A palestra da professora Sônia Guimarães está disponível na TV UFRB:

A classificação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em 9º lugar entre as 293 instituições de ensino superior do país que participaram da seleção de projetos institucionais do Programa Nacional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) 2024 trouxe feitos e números inéditos para a instituição. A universidade obteve a terceira maior cota de bolsas do Brasil e a maior cota da Bahia em subprojetos que abrangem diversas áreas do conhecimento.

Esse destaque resultou em um recorde no número de bolsistas: são 1.296 bolsas para estudantes das licenciaturas; 162 bolsas para supervisores(as), que são professores(as) da Educação Básica; e 54 bolsas para coordenadores(as) de área, que são professores(as) da Universidade.

Com uma média de 97,25 para os subprojetos, em uma escala que vai até 100, e uma média de 199,5 pontos para o projeto institucional, em uma escala de 0 a 200, a UFRB foi contemplada com quatro núcleos de Alfabetização, 12 núcleos do PIBID Equidade e 38 núcleos em outras áreas.

Para a pró-reitora de Graduação da UFRB, Carolina Fialho, o PIBID é uma ação importante para a permanência dos(as) estudantes nos cursos de licenciatura e um mecanismo de combate à evasão. Segundo ela, “o resultado é reflexo do trabalho coletivo dos docentes da instituição e da profícua articulação entre o projeto institucional e os subprojetos”.

PIBID

O PIBID é um programa executado pela CAPES e oferece aos estudantes da primeira metade do curso de licenciatura uma aproximação prática com o cotidiano da escola. A intenção do PIBID é proporcionar aos discentes uma vivência prática da profissão docente já nos primeiros anos dos cursos de licenciatura.

Os projetos apoiados no âmbito do PIBID são elaborados e implementados por Instituições de Ensino Superior (IES), em articulação com as Secretarias de Educação, e desenvolvidos por grupos de licenciados sob a supervisão de professores da Educação Básica e a orientação de docentes das IES.

Líder indígena, ambientalista, filósofo e escritor, Ailton Krenak fará a conferência de abertura da 10ª Reunião Anual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura no Recôncavo da Bahia (Reconcitec 2024). A palestra será realizada em 21 de outubro, às 15h, no auditório da Biblioteca Central do Campus de Cruz das Almas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O evento terá transmissão pela TV UFRB.

Com histórico de ativismo no movimento socioambiental e na defesa dos direitos dos povos indígenas desde a juventude, Krenak ganhou projeção nacional ao discursar durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1987. Com o rosto pintado com pasta de jenipapo, representando luto pelo retrocesso dos direitos indígenas no país, ele teve um papel importante na inclusão do capítulo “Dos Índios” na Constituição Federal de 1988. Na luta pela defesa dos povos originários, Krenak participou da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI), ambas na década de 1980.

Autor de livros, textos e artigos publicados em coletâneas no Brasil e no exterior. Ailton Krenak também professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela Universidade de Brasília (UnB). Em 2023, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tornando-se o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na academia. 

Em suas reflexões, o ativista critica o modo de vida capitalista e eurocêntrico, além de sua visão objetificada da terra e da natureza. Por outro lado, Krenak defende a necessidade de reconhecer a importância das descobertas ancestrais nas inovações modernas. Para ele, o moderno deve ser visto como uma extensão e evolução da ancestralidade, e não como uma ruptura com o passado. Essa ideia dialoga com o tema central da Reconcitec 2024: “A inovação é ancestral”, um convite para reconhecer que todas as inovações modernas têm raízes profundas nas descobertas e práticas do passado.

Em seu livro “Futuro Ancestral”, o imortal celebra a sabedoria dos povos indígenas e mostra que a verdadeira inovação é um processo contínuo de aprendizado e adaptação, que respeita e integra as tradições e conhecimentos passados.

Reconcitec 2024

A décima edição da Reconcitec será realizada entre os dias 21 e 25 de outubro no Campus de Cruz das Almas. O evento já conta com mais de 2.900 participantes inscritos, 1734 resumos submetidos e 211 atividades, incluindo palestras, rodas de conversa, minicursos e mesas-redondas. 

Na composição do evento, também estão o XVIII Seminário Estudantil de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (XVIII SEPIP); o IX Simpósio de Extensão; o V Seminário de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis da UFRB; a XII Feira Acadêmica de Economia Solidária (XII FAESOL) e o VI Simpósio de Graduação da UFRB. Assim, a Reconcitec se torna um importante espaço de diálogo sobre as políticas de pesquisa, pós-graduação, permanência qualificada e extensão da UFRB, além de apresentar as ações realizadas pelos programas e projetos inseridos em diversos Territórios de Identidade do Estado da Bahia. 

Todas as atividades da Reconcitec 2024 são gratuitas e abertas ao público. Além da comunidade acadêmica da UFRB, são esperados estudantes do Ensino Médio, integrantes de diversas instituições de ensino, pesquisa e extensão nacionais e internacionais, funcionários de empresas público-privadas, representantes dos Colegiados Territoriais (Recôncavo, Vale do Jiquiriçá, Portal do Sertão, Sisal e Baixo Sul), entre outros.

As inscrições para participação no evento estão abertas até o dia 25 de outubro de 2024 no sistema on-line UFRB Eventos.

Acompanhe as novidades sobre a Reconcitec 2024 e veja a programação completa em ufrb.edu.br/reconcitec.

O Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) localizado em Feira de Santana, realizará a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) entre os dias 14 e 18 de outubro de 2024. O evento, que integra o calendário nacional, tem como principal objetivo aproximar a ciência da sociedade, promovendo a popularização do conhecimento científico, além de incentivar o diálogo entre pesquisadores, estudantes e a comunidade em geral.

Com o tema central “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável”, a SNCT deste ano terá uma abordagem especial no CETENS: “Biomas no Território do Portal do Sertão Baiano: diversidade, saberes e tecnologias”. A programação contará com palestras, oficinas, exposições, atividades interativas e a participação de pesquisadores renomados, criando um espaço propício para a troca de saberes e experiências que beneficiam não apenas o meio acadêmico, mas toda a sociedade.

Um evento de impacto para a sociedade e a educação

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que busca fomentar a ciência como parte essencial da formação dos cidadãos. No contexto do CETENS, o evento assume uma relevância ainda maior, dada a sua localização em uma região rica em biodiversidade e desafios ambientais. Ao promover discussões em torno da sustentabilidade e da tecnologia, o evento reforça o papel da pesquisa e da educação no desenvolvimento regional.

EXPOProfissões e Feira de Ciências 

Um dos pontos altos da SNCT será a realização da EXPOProfissões e da Feira de Ciências, no dia 18 de outubro. A EXPOProfissões visa apresentar aos estudantes do Ensino Médio e à comunidade os cursos oferecidos pelo CETENS, que incluem áreas estratégicas como energias renováveis, Engenharias de Energias, de Materiais, de Produção e de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, além dos cursos de licenciatura em Educação do Campo e de Tecnologia em Alimentos. Essa será uma oportunidade valiosa para os jovens tirarem dúvidas diretamente com professores e alunos, facilitando a escolha de sua futura carreira.

Simultaneamente, a Feira de Ciências proporcionará uma experiência prática e interativa, com experimentos, exposições e atividades que estimulam o interesse pela ciência e inovação, especialmente voltadas para a conscientização sobre a preservação dos biomas e a importância de práticas sustentáveis para o desenvolvimento local.

 CETENS como referência no território baiano 

O CETENS/UFRB se destaca como um centro de excelência acadêmica no Território Portal do Sertão, abordando questões que impactam diretamente a realidade local. Ao promover a SNCT, a instituição reafirma seu compromisso com a pesquisa científica e o desenvolvimento sustentável, além de estreitar laços com a comunidade externa. O evento é uma oportunidade para mostrar como a ciência e a tecnologia são fundamentais para enfrentar desafios globais, como a crise ambiental, e ao mesmo tempo propor soluções concretas para o desenvolvimento econômico e social da Bahia.

Confirmações e mais informações 

A programação completa está disponível no site oficial do CETENS (www.ufrb.edu.br/cetens/21-snct). A participação é aberta ao público e gratuita. Convidamos toda a comunidade, educadores, estudantes e profissionais a participar deste evento que, além de divulgar o conhecimento científico, pretende inspirar novas gerações a serem protagonistas na construção de um futuro mais sustentável.

Texto de Lélia Maria Sampaio Santana.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) passou a ter um representante no Comitê de Assessoramento (CA) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A nomeação de Jorge Luiz Cunha Cardoso Filho como suplente no CA de Artes, Ciência da Informação, Comunicação e Museologia, na subárea de Teorias da Comunicação, foi publicada em julho de 2024.

Os pesquisadores são escolhidos periodicamente pelo Conselho Deliberativo do CNPq, com base em consulta feita à comunidade científico-tecnológica nacional. Eles(as) atuam na análise e proposição de parâmetros de avaliação dos futuros editais do CNPq, além de contribuírem para o estabelecimento das diretrizes consideradas prioritárias na respectiva área de atuação.

Jorge Cardoso Filho é um dos 15 pesquisadores da Bahia e o único representante da UFRB entre os 300 estudiosos que compõem os CAs. Ele atuará no comitê até 30 de junho de 2027. Atualmente, Jorge é professor do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) e integrante do quadro permanente do Mestrado em Comunicação (PPGCOM/UFRB).

A nomeação do docente é vista como uma conquista significativa para a pós-graduação da UFRB, conforme destaca Lucas Cerqueira: “É uma importante e representativa conquista, pois o CNPq é um dos órgãos de fomento à pesquisa mais importantes do país”.

O professor Jorge também considera sua participação nos processos de decisão do fomento à pesquisa em nível nacional como uma oportunidade para consolidar universidades jovens como a UFRB. Ele afirma: “Isso representa o reconhecimento de um papel importante que as universidades do REUNI, como a UFRB, têm a oferecer na redução das assimetrias regionais, étnico-raciais e de gênero entre os pesquisadores e pesquisadoras que são financiadospelo CNPq”.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) é destaque entre as instituições participantes do Edital nº 10/2024 de seleção de projetos institucionais do Programa Nacional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Com uma pontuação total de 296,76 pontos, a UFRB alcançou a 9ª colocação entre as 293 instituições de ensino superior do país que participaram do processo seletivo, obtendo 199,50 pontos no projeto institucional e 97,25 pontos na média dos subprojetos. O resultado final foi divulgado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em 25 de setembro.

Até 30 de setembro, a distribuição das cotas de bolsas concedidas às Instituições de Ensino Superior (IES) selecionadas será divulgada na página da Capes.

Com o resultado, a UFRB reafirma sua posição de destaque no cenário nacional, ficando à frente de outras importantes universidades, e seu comprometimento com a formação de professores e a valorização da iniciação à docência, reforçando sua contribuição para a educação no Brasil.

Confira o resultado final.

Saiba mais sobre o PIBID

O Programa Nacional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um programa executado pela CAPES e tem por finalidade fomentar a iniciação à docência, contribuindo para o fortalecimento da formação de docentes em nível superior e para a melhoria de qualidade da educação básica pública brasileira.

Os projetos apoiados no âmbito do PIBID são elaborados e implementados por Instituições de Ensino Superior (IES), em articulação com as Secretarias de Educação, e desenvolvidos por grupos de licenciandos sob a supervisão de professores da Educação Básica e a orientação de docentes das IES.

O projeto de pesquisa aplicada Lean Healthcare, desenvolvido na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi reconhecido como um dos dez melhores na área da saúde durante o Lean Summit Saúde, um congresso nacional realizado no Hospital Sírio-Libanês, no início de setembro. No evento, estudantes do curso de Engenharia de Produção, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), se destacaram ao apresentarem o projeto, coordenado pela professora Cristiane Agra Pimentel. Entre os projetos apresentados, o Lean Healthcare foi o único desenvolvido em uma universidade.

Criado há cinco anos, o Lean Healthcare tem o propósito de otimizar unidades de saúde utilizando ferramentas da engenharia de produção. Antes da implementação prática, as melhorias propostas pelos(as) pesquisadores(as) da UFRB são testadas por meio de uma tecnologia chamada Digital Twin, que simula o funcionamento de uma unidade de saúde. Foi assim que, em 2023, esse processo permitiu ao grupo otimizar a coleta de exames laboratoriais do Hospital da Mulher, em Feira de Santana, onde atualmente desenvolvem suas atividades. Graças a essa otimização, os resultados de exames urgentes, que antes demoravam cerca de quatro horas, agora são entregues em apenas duas.

Antes mesmo da premiação no congresso, o Hospital Sírio-Libanês já era um espaço familiar para os(as) pesquisadores(as) do Lean Healthcare. Cristiane Agra relembra: “Em 2019, fomos ao Sírio-Libanês para fazer benchmarking com eles, e agora retornamos, mas entre os melhores trabalhos”. A professora também destaca que, nesta segunda visita, o grupo teve a oportunidade de interagir com autores renomados mundialmente na área de Lean na saúde.

Sobre o Lean Summit Saúde

O evento, realizado pelo Lean Institute Brasil em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, ocorreu nos dias 3 e 4 de setembro. Seu objetivo foi apresentar cases de sucesso de implantação da filosofia Lean Healthcare no setor da saúde em diversos cenários. O encontro reuniu líderes e especialistas em Lean e em gestão da saúde para discutir maneiras de aumentar a eficiência, a qualidade e o acesso aos serviços de saúde em todo o Brasil.

Despertar o interesse de meninas e mulheres para as áreas da STEM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Esse é o principal objetivo do WoManTech, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), um dos trabalhos premiados no Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (COBENGE) 2024. Entre 60 trabalhos enviados, a equipe ficou entre os cinco projetos mais relevantes na categoria Talentos na Engenharia, sendo a única representante da região Nordeste a conquistar esse destaque. 

O projeto é coordenado pelas professoras Raíssa Tavares e Camila Escobar, do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), no Campus de Feira de Santana, e conta com a participação de estudantes dos cursos de Engenharia de Produção, de Materiais, de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, de Energia e de Computação, essa última ofertada no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC/UFRB).

Além da proposta de inclusão de meninas e mulheres nas ciências exatas, o WoManTech também promove acessibilidade, por meio da produção do mouse de cabeça, equipamento que facilita o acesso de pessoas com deficiência ao mundo digital. Para atingir esses objetivos, o projeto funciona em três etapas. Na primeira delas, as universitárias são capacitadas em temas como eletrônica e soldagem. Na segunda etapa, as estudantes assumem a função de conduzir oficinas de eletrônica básica para meninas dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas. Depois, todas juntas, montam o dispositivo. A etapa final do WoManTech é a doação do Colibrino, nome dado ao recurso produzido, à comunidade.

Camila Escobar, coordenadora adjunta do projeto, explica como é feita a montagem do Colibrino. “A gente utiliza alguns componentes que são doações da Receita Federal. As meninas montam, programam em Arduino toda a parte eletrônica do dispositivo”. Arduíno  é uma plataforma de prototipagem eletrônica open-source que se baseia em hardware e software flexíveis e fáceis de usar.

No projeto desde a sua implantação em 2022, Alice Bispo é estudante de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade do CETENS e viu no projeto uma oportunidade de ampliar conhecimentos. “Eu senti que só fazer as matérias da Universidade não iria me capacitar tanto, então escolhi participar de projetos, nesse caso o WoManTech, que me fez crescer muito tanto na área acadêmica quanto na vida pessoal”, afirmou. Além de Alice, participam do projeto as estudantes Andressa Borges, Cíntia Santos, Amanda Leão, Helen Souza, Nataly Barbosa, Joana Oliveira, Vanessa Kelly Freitas, Mylena Cerqueira, Maria Clara Sampaio e Laissa Soares.

Para a professora Camila, o engajamento das estudantes no projeto começa quando elas veem a importância da ação para a formação de mulheres na área das exatas, pois “por mais que já estejam inseridas nesses cursos [de engenharias], se tem ainda questionamentos, um preconceito de que a área é mais voltada para os homens”. Nesse sentido, a coordenadora adjunta do WoManTech também cita que as tarefas do projeto, como a montagem dos colibrinos e a programação, são geralmente relacionadas e delegadas a homens, mas que no grupo são feitas totalmente pelas participantes. Isso traz reconhecimento e mostra que as estudantes são capazes e “faz com que elas permaneçam, com que elas tenham mais curiosidade, até o desenvolvimento acadêmico delas se tornam melhor, porque elas sabem que vão poder aplicar conceitos. Elas observam que aqueles fundamentos que aprenderam têm uma aplicação e vão utilizar isso no projeto”, conclui Camila.

Premiação

A cerimônia de premiação do projeto WoManTech foi realizada no dia 16 de setembro, em Vitória, no Espírito Santo. No evento, Alice e suas colegas de equipe “puderam conhecer pessoas de todo o país e representantes de empresas de renome na área de engenharia conhecer pessoalmente a presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE), além de poder fazer network com pessoas de todo o país e empresas de renome na área da engenharia”.

Segundo a estudante, também foi um momento para divulgar o projeto e a UFRB. “O pessoal ficava muito animado quando falávamos que éramos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, e surpresos por saber sobre a Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade. O que também foi um ótimo momento para divulgar o curso que temos aqui!”, acrescentou.

COBENGE

O Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia e o VII Simpósio Internacional de Educação em Engenharia (COBENGE 2024) são realizados pela Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE). Em 2024, o COBENGE chega a sua 52ª edição.

Trata-se do mais importante fórum de discussão sobre a formação e o exercício profissional em Engenharia no Brasil. O COBENGE reúne gestores e representantes de órgãos oficiais e instituições de ensino relacionados à Educação em Engenharia, além de empresas e professores, pesquisadores, profissionais e estudantes interessados na melhoria da formação em Engenharia e no desenvolvimento da Engenharia Nacional.

O tema central do evento foi “Engenharia do futuro: formação, desafios complexos e demandas da sociedade”.

Siga o perfil do WoManTech nas redes sociais e acompanhe as ações do projeto.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) prorrogou o prazo para submissão de trabalhos, minicursos, oficinas e lançamentos de livros para o Fórum Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo, o Fórum 2024.

Em sua 18ª edição, o evento será realizado entre os dias 21 e 23 de novembro, no Campus de Cruz das Almas, e tem como foco a celebração da importância histórica, política e pedagógica do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro).

Com o tema “Nossos Feminismos Revisitados: Uma Femenagem a Luiza Bairros”, o Fórum 2024 presta homenagem a Luiza Bairros, militante, intelectual e ativista de destaque na luta feminista e antirracista no Brasil, destacando as trajetórias de resistência e os feminismos negros na diáspora africana.

Submissão de Trabalhos

A submissão de trabalhos pode ser feita até 9 de outubro pelo sistema UFRB Eventos, nas modalidades de comunicação oral presencial ou apresentação artístico-cultural presencial.

Confira o Edital de Submissão de Trabalhos.

Monitoria

Estudantes de graduação e pós-graduação da UFRB podem se candidatar à monitoria do Fórum 2024, recebendo treinamento e certificado. As inscrições estão abertas até 18 de outubro, por meio de formulário on-line.

Confira o Edital de Monitoria.

Propostas de Minicursos e Oficinas

As submissões de minicursos e oficinas estão abertas até 17 de outubro, por meio de formulário on-line.

Confira o Edital de Submissão de Minicursos e Oficinas.

Chamada para Lançamento de Livros

Autores(as) de livros que abordem temas como feminismo, negritude, ações afirmativas, relações étnico-raciais, interseccionalidades, equidade racial e de gênero, transformações sociopolíticas, combate ao racismo, África e africanidades, povos indígenas, literatura, artes e culturas negras, inclusão social, entre outros temas afins, podem submeter suas obras para lançamento durante o Fórum 2024.

As submissões de livros estão abertas até 21 de outubro, por meio de formulário on-line.

Confira o Edital de Lançamento de Livros.

Inscrições

As inscrições para o Fórum 2024 estarão abertas no início de outubro.

Mais informações sobre o Fórum 2024 no site ufrb.edu.br/forum.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) receberá a professora Sônia Guimarães, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), para uma palestra no dia 10 de outubro, às 9h, no auditório da Biblioteca Central do Campus Cruz das Almas. O evento faz parte do programa de extensão “Mulheres na Ciência: mentes brilhantes no Recôncavo da Bahia”, coordenado pela professora Rogelma Ferreira, do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CETEC). O programa tem como objetivo promover uma ciência mais diversa e representativa em termos de gênero.

Sonia Guimarães é uma das maiores referências na ciência brasileira, sendo a primeira mulher negra doutora em Física no país. Com uma trajetória marcada pela superação de barreiras, Sonia iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de Manchester, no Reino Unido, onde obteve seu doutorado em Física Aplicada. Desde então, sua atuação acadêmica e científica tem se destacado pela pesquisa e pela luta pela inclusão de mulheres e pessoas negras no campo das ciências exatas. Atualmente, ela preside a Comissão de Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão da Sociedade Brasileira de Física.

Atualmente professora no ITA, Sonia Guimarães é conhecida por sua forte defesa da inclusão e diversidade no meio acadêmico, inspirando novas gerações a seguirem carreiras científicas. Em sua palestra na UFRB, com o tema “Pessoas do Gênero Feminino nas Ciências: mentes brilhantes brasileiras”, ela abordará sua experiência pessoal e profissional, destacando os desafios e conquistas que a levaram a ocupar espaços antes inacessíveis para mulheres negras na ciência.

A atividade faz parte do programa de extensão que visa incentivar o acesso e a permanência de mulheres, especialmente negras, no ensino superior, em sintonia com as políticas de igualdade de gênero e combate à misoginia promovidas pela UFRB.

As inscrições para o evento devem ser realizadas por meio do SIGAA – Sistema de Gestão das Atividades Acadêmicas, e a palestra será transmitida pela TV UFRB.

As futuras cerimônias de colação de grau da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) terão ainda mais inclusão. A instituição irá disponibilizar capelos — nome dado ao chapéu usado nesses eventos — adaptados para cabelos cacheados, crespos, com tranças ou dreads. Os Núcleos da Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (PROPAAE) dos Centros de Ensino serão responsáveis pelo empréstimo dos acessórios aos(às) formandos(as).

Ao todo, a comunidade acadêmica contará com 50 unidades de capelos. Eles foram doados pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e estão disponíveis em quatro modelos diferentes: o primeiro possui uma estrutura rígida frontal e maleável com um lenço para amarração, ideal para quem usa dreads ou tranças; o segundo tem uma abertura circular no topo, onde é possível acomodar longos coques, turbantes ou penteados altos; o terceiro foi desenvolvido para cabelos volumosos, crespos ou cacheados, contendo pentes para fixação; e o quarto se ajusta a qualquer tipo de cabelo ou penteado, com uma estrutura passadeira para melhor fixação.

Os capelos normalmente fornecidos por empresas de formatura não se adequam a todos os tipos de cabelo, levando muitos(as) formandos(as) a recorrerem ao alisamento ou enfrentarem situações constrangedoras por causa do acessório. Dessa forma, a oferta de capelos que atendam à diversidade de estilos de cabelo é essencial para a comunidade acadêmica da UFRB, onde 81,8% dos(as) estudantes se autodeclaram negros(as), segundo dados de 2018/2019 da Secretaria de Avaliação, Desenvolvimento e Integração Institucional (SEADI). Assim, os novos modelos de capelos são “resultado de uma luta dos(as) estudantes com cabelo black e afro, que agora têm a oportunidade de expressar sua identidade e negritude durante a colação de grau”, afirma a pró-reitora da PROPAAE, Denize Ribeiro.

O estudante de Jornalismo Vinícius Neves também acredita que os capelos adaptados representam uma forma de empoderamento da negritude, pois permitem que pessoas negras se expressem livremente, especialmente em um momento tão marcante como a colação de grau. “Sendo nós tão diversos, e considerando que os acessórios que usamos fazem parte da nossa personalidade e atuação no mundo, ter modelos de capelos como a durag e o pente garfo — que são símbolos de poder na nossa comunidade — presentes em um momento de encerramento de ciclo, como a formatura, inspira uma afirmação e confiança intelectual. Sabemos que só a educação é capaz de promover essa transformação, preparando-nos para mudar a realidade em que vivemos”, declarou Vinícius.

Respeita meu capelo

A campanha que resultou na criação das quatro versões adaptadas de chapéus de formatura para cabelos afro é uma parceria entre a empresa de cosméticos Vult e a marca baiana de moda Dendezeiro.

Além da UFSB, os acessórios também foram doados para a Universidade Zumbi dos Palmares.

Foto de Vult.

Um estudo sobre os desafios comunicacionais que o portal Notícia Preta enfrenta ao lutar contra o racismo. Esse é o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Tallita Geovana Lopes da Anunciação Macêdo, egressa do bacharelado em Comunicação Social/Jornalismo, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que conquistou o 2º lugar no Prêmio Intercom de Pesquisa em Comunicação, na categoria Graduação. A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu no dia 4 de setembro, durante o 47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em Balneário Camboriú – SC.

“Ter o meu trabalho reconhecido no maior congresso de comunicação é de grande valia. O meu ficou entre os três melhores do Brasil. É surreal. O trabalho foi julgado por uma comissão avaliadora e selecionado por sua grande relevância para a área de comunicação. Essa premiação é um reconhecimento muito importante para mim, assim como para a UFRB, que me acolheu durante o período da graduação”, declarou Tallita.

Com o título “Notícia Preta: uma análise sobre as produções da editoria de cotidiano da mídia negra contra o racismo contemporâneo”, a monografia buscou analisar os elementos que o Notícia Preta, um jornal antirracista feito por profissionais, estudantes e comunicadores(as) negros(as), tem utilizado para tensionar a mídia hegemônica.

O tema desperta o interesse da jovem jornalista desde que ela ingressou no Grupo de Pesquisa em Comunicação, Mídia e Narrativas de Mudança Cultural (COMUM), como pesquisadora da iniciação científica. Segundo Tallita, além das pesquisas e do debate em grupo sobre a temática das mídias negras, “o que também me motivou na escolha do meu objeto de pesquisa foi saber que eu estava analisando um portal de notícia preta que traz muita representatividade, além de um jornalismo de qualidade”.

Tallita explica que o trabalho buscou explorar as mediações sociais do racismo, com foco no portal Notícia Preta e na análise das matérias publicadas nele. “Os resultados encontrados foram a identificação de que o jornal faz mais do que uma simples notícia; o portal adota estratégias antirracistas de enfrentamento ao racismo, criando representatividade e desconstruindo estereótipos marginalizados”, detalhou a jornalista.

Para o professor Jorge Cardoso, orientador de Tallita durante a pesquisa da monografia, o trabalho premiado ressalta a contribuição que a UFRB oferece nas discussões sobre mídias negras e jornalismo. “O prêmio representa o reconhecimento, pela comunidade acadêmica, dos trabalhos produzidos na UFRB, uma universidade jovem e muito determinada em promover transformação social”, disse.

Este não foi o primeiro trabalho premiado por estudantes e egressos(as) do Bacharelado em Jornalismo da UFRB. Ao longo dos anos, o curso tem conquistado um destaque no âmbito da etapa Nordeste destinada aos produtos experimentais, sendo finalistas em algumas edições. Como explica o coordenador Guilherme Moreira Fernandes: “Ter uma monografia premiada é motivo de muita celebração no curso, pois temos indícios de que estamos cumprindo nosso papel tanto no âmbito prático quanto no teórico. Tenho certeza de que essas conquistas recentes estimulam nossos estudantes e demonstram que estamos realizando um ensino público, gratuito e de qualidade”, avaliou o docente.

Tijupá é o nome do local onde pescadores guardam instrumentos de pesca. Tijupá também é o nome do projeto de arte e educação desenvolvido por estudantes e egressos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) na comunidade de Santiago do Iguape, em Cachoeira. Assim como o tijupá dos pescadores  abriga os instrumentos da pesca artesanal, o projeto também pretende ser um local onde crianças e adolescentes manifestem seu fazer artístico fortalecendo, assim, a cultura e a identidade locais.

A idealização do projeto parte de Caroline Fernandes, conhecida artisticamente como Carol Maré, a partir da sua própria relação ancestral e familiar com o território. Ela é egressa do curso de Agroecologia da UFRB e estudante da instituição no curso de Licenciatura em Artes e, em  conjunto com James Ribeiro e Manuela Ferreira, também egressos do curso de Agroecologia, construíram a proposta da iniciativa e dirigem o projeto.  A escolha da comunidade quilombola e pesqueira de Santiago do Iguape para abrigar o Tijupá das Artes vai ao encontro da proposta do projeto, já que o local se trata de um grande berço de manifestações culturais e artísticas. “A ideia desse projeto é estimular que crianças e jovens pratiquem a arte a partir de seu território, a partir de seu lugar, na ideia de que é possível fazer arte sem sair da comunidade”, explica James Ribeiro.

Com objetivos e local de execução definidos, o projeto foi submetido e aprovado na seleção do edital Lia da Silveira nº 10/2023, de apoio às artes, pela Lei Paulo Gustavo. Com o incentivo do edital de fomento, as atividades da ação tiveram início em abril deste ano, com a pré-produção. Em julho, o grupo ofertou quatro oficinas de artes em diferentes linguagens: modelagem com barro; pintura com tintas naturais;  fotografia e poesia. “Todas essas oficinas tiveram como um direcionamento a perspectiva das crianças falarem de seu lugar, falarem de seu território. Então, foram oficinas que tiveram como orientação o fortalecimento da identidade, da identidade quilombola, da identidade negra, da identidade pesqueira da comunidade”, detalha James.

Além das oficinas com crianças e adolescentes da comunidade, o Projeto Tijupá  também realizou ações de formação com educadores(as) da rede municipal de Cachoeira que atuam na comunidade de Santiago do Iguape. A primeira delas abordou a arte no fortalecimento da identidade e da cultura popular e a segunda com a temática da Arte Educação teve o objetivo de estimular o uso da arte como ferramenta para o trabalho escolar.

Para a execução das atividades do projeto, a equipe contou com apoio de estudantes e egressos da UFRB e de membros da comunidade local, que atuaram como facilitadores de algumas das ações desenvolvidas.

Exposição dos trabalhos

As obras produzidas durante as oficinas ofertadas pelo Projeto Tijupá das Artes  serão expostas no dia 12 de outubro, na comunidade de Santiago do Iguape. Segundo os organizadores, a exposição artística coletiva ficará aberta até o fim de outubro.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), por meio do Núcleo de Línguas/SUPAI – Rede Andifes IsF (Idiomas sem Fronteiras), divulga a abertura de inscrições para oito novas turmas de Inglês para Fins Acadêmicos. As inscrições devem ser feitas até o dia 9 de setembro de 2024, utilizando a plataforma SIGAA.

Os cursos serão oferecidos de forma remota (Plataforma do Google Meet) para estudantes, docentes, técnicos(as) da UFRB, e também para a comunidade externa. Para se inscrever, basta o(a) candidato(a) acessar o SIGAA e proceder com a inscrição no curso de interesse. É importante realizar o cadastro no Gov.br caso ainda não possua senha ou fazer o login via Gov.br (CPF e senha) para ter acesso aos cursos disponíveis no item: “Cursos e Eventos Abertos” na plataforma SIGAA. Também é possível acessar diretamente pelo link sistemas.ufrb.edu.br/sigaa/public/, clicar no menu “Extensão”, “Acesso à Área de Inscritos em Cursos e Eventos”, e, em seguida, ser redirecionado para o acesso Gov.br. Após fazer o login, selecionar “Cursos e Eventos Abertos”.

Em caso de dúvidas, entre em contato pelos e-mails: diogo.santo@programaisf.pro.br ou supai@reitoria.ufrb.edu.br.

Cursos:

Produção Escrita: Curso voltado para o desenvolvimento da habilidade de escrita de resumos em língua inglesa, em nível básico. Para cursá-lo, é necessário comprovar o nível mínimo de proficiência.

Compreensão Escrita: Curso voltado para o desenvolvimento da habilidade de leitura e interpretação de textos escritos em língua inglesa, em nível básico. Para cursá-lo, é necessário comprovar o nível mínimo de proficiência.

Compreensão Oral: Curso voltado para o desenvolvimento da habilidade de listening (escuta) de textos orais em língua inglesa, em nível básico. Para cursá-lo, é necessário comprovar o nível mínimo de proficiência.

Interações Cotidianas: Curso voltado para o desenvolvimento das habilidades de fala, escuta, leitura e escrita em nível básico. Não há necessidade de comprovar nível mínimo de proficiência.

Oferta 06/2024

Período de aulas: 9 de setembro a 4 de outubro de 2024 (cursos de 16 horas) e 9 de setembro a 1º de novembro de 2024 (cursos de 32 horas).

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) implantará, em breve, o Programa de Pós-Graduação em Artes, o mais novo mestrado acadêmico da instituição e o primeiro ofertado no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), em Santo Amaro.

A portaria de autorização para o novo curso foi emitida pela CAPES em 31 de julho de 2024. O Mestrado em Artes é o único na Bahia com essa abrangência e área de concentração, diferenciando-se das ofertas atuais no campo das Artes.

A implantação do novo curso em Santo Amaro tem estreita relação com a oferta da Licenciatura Interdisciplinar em Artes, em funcionamento no CECULT desde 2017. Tanto a Licenciatura quanto o Mestrado entendem que a formação em Artes é ampla e integradora, e buscam a inter-relação das linguagens artísticas. Enquanto o foco da graduação é a formação pedagógica — por se tratar de uma licenciatura — do professor de Artes, a pós-graduação apostará no artista-pesquisador, na criação como crítica e, sobretudo, como estratégia de pesquisa.

Além da Licenciatura em Artes, o Mestrado em Artes poderá atender aos egressos dos demais cursos do CECULT, como o Bacharelado Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (BICULT), a Licenciatura em Música Popular, os cursos superiores tecnológicos em Produção Musical, em Política e Gestão Cultural e em Artes do Espetáculo.

A primeira turma de estudantes deve ser selecionada ainda este ano; a previsão é que as aulas regulares do programa tenham início a partir do primeiro semestre de 2025.

Fique por dentro da implantação do novo programa, acompanhando a página do CECULT.

Saiba mais sobre o Mestrado em Artes

Com área de concentração em Artes, Criação e Produção, o Programa de Pós-Graduação em Artes da UFRB tem a missão de titular como mestre e qualificar profissionais, pesquisadores e/ou professores de arte, que possam atuar nas diferentes esferas dos saberes e intersaberes artísticos e que sejam conscientes de sua atuação na comunidade, bem como dos diversos aspectos que envolvem as Artes na atualidade, sobretudo no desafio de propor soluções, caminhos, estratégias e transformações nas esferas micro e macropolíticas da sociedade. Além disso, objetiva o desenvolvimento de projetos que produzam conhecimentos na área de Artes por meio de diferentes metodologias e epistemologias, enfatizando as relações entre teoria e prática, bem como produzir impactos culturais, artísticos e econômicos na região pela promoção de políticas públicas para as artes e pelo desenvolvimento da potencialidade política, social, econômica e educacional da cultura na sua região de atuação.

Apesar de a arte ser central na proposta, o projeto pedagógico do novo mestrado acadêmico trabalha com metodologias e disciplinas variadas, que vão da área das humanidades às ciências, para que, assim, possam analisar e interpretar o objeto de pesquisa. Dessa forma, o Programa de Pós-Graduação em Artes entende que a formação em Artes deve ser integradora e buscar a inter-relação com as diversas linguagens artísticas, tendo por metodologia e suporte teórico a pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar.

Deste modo, a proposta do curso de Mestrado Acadêmico em Artes visa construir conexões entre saberes com o poder de ultrapassar as tradicionais dicotomias (erudito x popular, formal x informal, primitivo x tecnológico), favorecendo uma situação de pesquisa pela arte, do pesquisador-artista, do investigador que amplifica a própria ideia de invenção e de pesquisa, conectando esses dois conceitos. Para além de ser um curso em que impera a tradicional “análise” de obras e artistas, propõe-se ser também um laboratório de experimentações de criação como crítica e de crítica criativa.

Com a pesquisa “Turismo-Cultural, Saberes Locais, Educação e Desenvolvimento Comunitário: contribuições moçambicanas para comunidades quilombolas do Recôncavo baiano”, a professora e pesquisadora Lúcia Maria Aquino de Queiroz, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi aprovada na Chamada Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, promovida pelo CNPq.

Lúcia Queiroz é professora do curso de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Territórios, do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira/São Félix, e irá desenvolver sua pesquisa de pós-doutoramento na Universidade de Licungo, em Moçambique. O estudo, de acordo com ela, “apresenta uma abordagem inovadora, decolonial e interdisciplinar, centrada em experiências que vêm sendo realizadas em Moçambique, direcionadas ao desenvolvimento comunitário a partir da cultura e da educação”.

Segundo a professora, o objetivo da pesquisa é investigar como a comunidade quilombola do Tabuleiro da Vitória, localizada no distrito do Iguape, município de Cachoeira,  pode usar  seus saberes culturais para fortalecer o turismo cultural, tendo como referência as experiências moçambicanas. Ela também irá pesquisar como a educação pode contribuir para a preservação dos saberes tradicionais, quando estes são inseridos no currículo escolar.

A relação entre educação e cultura é um ponto importante na pesquisa de Queiroz, isso porque ela entende educação como cultura e, portanto, “lócus onde estão inscritas as identidades sociais dos sujeitos comunitários”, o que de acordo com ela, “possibilita a difusão e preservação dos saberes e fazeres locais e a sua utilização em roteiros de turismo cultural geridos pela comunidade”. 

Os estudos realizados em Moçambique também serão usados para investigar questões de gênero que perpassam as relações comunitárias no Tabuleiro da Vitória. Por se tratar de um  território em que mulheres negras, com baixa escolaridade, são chefes de família que assumem a liderança de grande parte das referências culturais, das organizações associativas e das atividades laborais, a pesquisa espera contribuir para que a comunidade alcance novos patamares de desenvolvimento local, através do fortalecimento do turismo cultural, respaldado pelas novas propostas direcionadas à cultura, à educação e à preservação e difusão do patrimônio imaterial. Além do Tabuleiro da Vitória, Queiroz espera que, posteriormente, outras comunidades quilombolas do Recôncavo Baiano possam adotar proposta similar, ampliando e consolidando as rotas de turismo cultural existentes no distrito do Iguape.     

Além da pesquisadora Lúcia Queiroz, a professora Regina Marques de Souza Oliveira, do Centro de Ciências e Saúde, em Santo Antônio de Jesus, também foi aprovada na mesma Chamada.

Confira o resultado

Sobre a Chamada Atlânticas

A Chamada Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência tem como objetivo ampliar a participação de mulheres negras, ciganas, quilombolas e indígenas na ciência. Trata-se de uma iniciativa do  Ministério da Igualdade Racial, em parceria com os ministérios das Mulheres, dos Povos Indígenas, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, com o apoio do CNPq. O programa contempla bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutorado no exterior.

Beatriz Nascimento

O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista com a vida acadêmica. Enquanto pesquisadora, Beatriz estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas e foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.

A pesquisadora faleceu, vítima de feminicídio, em janeiro de 1995. Na época, ela cursava mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2021, Beatriz Nascimento se tornou doutora honoris causa in memoriam pela UFRJ.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) tem mais uma inovação tecnológica registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se de um software de sistema para conexão wi-fi e gerenciamento de dados de balança digital, desenvolvido por meio da parceria de pesquisadoras e pesquisadores da UFRB e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Na instituição baiana, o desenvolvimento do projeto teve participantes dos cursos de Engenharia de Materiais e Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, ambos do Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS/UFRB), em Feira de Santana.

Compõem a equipe responsável pela pesquisa os professores Keila Machado de Medeiros, Nilmar de Souza e Leandro Brito Santos, além da estudante de Engenharia de Materiais Joanne Graziela Andrade Mendes, da UFRB, além do professor Carlos Antônio Pereira de Lima e do doutorando em Engenharia Ambiental José Everton Soares de Souza, ambos do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA/UEPB).

Para o desenvolvimento do projeto, além da parceria com a instiuição externa, a integração entre as Engenharias de Materiais e de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade foi fundamental, como explicam os professores Keila Medeiros e Nilton Souza. “A interdisciplinaridade é fundamental no CETENS, tornando a parceria algo intrínseco entre os cursos de Engenharias para desenvolver pesquisas com inovações tecnológicas. Além disso, o curso de Engenharia de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade é uma referência no desenvolvimento de recursos para promoção da autonomia das pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos. Neste processo de desenvolvimento, algumas iniciativas de adaptação de balança já tinham sido elaboradas”, apontam Medeiros e Souza. Os pesquisadores detalham que no grupo existem professores das áreas de computação, elétrica e mecatrônica, “profissionais com capacidade técnica para desenvolver tal tarefa, contribuindo com o desenvolvimento e inovação tecnológica dos demais cursos de Engenharias, como foi o caso da parceria com o curso de Engenharia de Materiais”, complementam os docentes.

Registrado sob o número 512024002354-2, o sistema foi projetado para balanças digitais, a partir de uma demanda laboratorial, oferecendo recursos avançados de conectividade e gerenciamento de dados  para melhorar a precisão, a eficiência e a conectividade. Ele é baseado em um microcontrolador de 32 bits, operando a uma velocidade de até 240 MHz, o que permite o processamento rápido e eficiente dos dados da balança. Além disso, suporta conexões sem fio via Wi-Fi e bluetooth, tendo a capacidade de verificar se há redes disponíveis na memória SPIFFS e, caso não encontre, habilitar uma rede Wi-Fi para que o usuário insira os parâmetros de conexão (nome e senha).  

Esses recursos fazem do sistema uma solução versátil para diversas aplicações nas quais seja necessário criar um banco de dados com amostras coletadas em intervalos temporais pré-definidos. Os professores Medeiros e Souza explicam que nessas situações, as balanças convencionais, por apresentarem os valores em display alfanumérico, exigem a presença de um operador para visualizar e anotar as medidas em um intervalo de tempo pré-determinado. Com o novo sistema desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as) da UFRB e da UEPB, é possível  minimizar o esforço repetitivo e, com o objetivo de dar escalabilidade à coleta de dados, integrar o equipamento com uma plataforma virtual, responsável pelo armazenamento dos dados em nuvem e salvá-los em diversos formatos. Além disso, existe a possibilidade de definir o intervalo de tempo mais apropriado para cada amostragem.

Nessa primeira etapa de desenvolvimento do novo sistema, uma parte dos componentes utilizados para produzi-lo foi adquirida em pequena quantidade e apenas uma placa de circuito foi feita. Caso a produção seja realizada em escala maior, os professores Medeiros e Souza estimam que o produto poderia ser vendido em valores similares às balanças de precisão de até 5 Kg. 

Para os próximos passos do projeto, o grupo responsável planeja a disponibilização do sistema para aplicações específicas.

Acompanhe as novidades dos cursos de Engenharias de Materiais e de Engenharia Tecnologia Assistiva e Acessibilidade.

O filme “Um minuto”, de Thierri Azevedo, estudante de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi um dos selecionados no concurso Impulso Cultural WAWA ABA, ação que integrou a edição  2024 da Mostra Itinerante de Cinemas Negros – Mahomed Bamba (MIMB). Como prêmio, Thierry fez uma imersão artística nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro/RJ, entre os dias 8 e 11 de julho.

Na trama, roteirizada, dirigida e sonorizada por Thierri, o enredo é a própria premiação. Nele, um jovem vê a possibilidade de uma imersão na Rede Globo a partir de um concurso de filmes de um minuto, mas para conseguir ele precisa de uma ideia original e para isso, recorre à namorada.

O concurso premiou seis filmes de autoria de jovens negras e negros, feitos por celular e com duração de até um minuto. O projeto “Um minuto” foi aprovado na primeira fase da disputa, quando os filmes passaram pela curadoria do Festival e apenas 20 seguiram para a etapa seguinte, que consistiu em votação popular. Os(As) autores(as) das dez produções mais curtidas ganharam um prêmio no valor de mil reais, cada, além da vivência de 4 dias na Globo onde participaram de oficinas e diálogos com diretores, técnicos e produtores da emissora. 

Thierri afirma que a experiência na Globo foi enriquecedora e detalha como foram os dias em que esteve na emissora: “tive a oportunidade de conhecer os bastidores do programa ‘Que história é essa Porchat’, conversar com José Villamarin, diretor de teledramaturgia, e diversos profissionais de outras áreas, além de visitar estúdios e cidades cenográficas”. 

Thierry também ressalta como a visita aos sets da maior emissora de TV do país pôde ajudá-lo na formação como futuro cineasta ao ver na prática algumas das teorias estudadas em sala de aula.

Assista à produção de Thierry: “Um minuto”.

Saiba mais sobre a Mostra Itinerante de Cinemas Negros – Mahomed Bamba (MIMB)

Festival Internacional de Cinema que atua ampliando espaços de acesso à obras cinematográficas produzidas por realizadores(as) negros(as) da diáspora. A MIMB contempla as seguintes atividades: exibição de filmes; ações formativas e educacionais para jovens, crianças; conferências e ações formativas para profissionais da área; apresentações culturais. 

Entendendo o cinema como ferramenta importante para construção de imaginários, a MIMB traz como compromisso apresentar obras que possibilitem a afirmação da identidade negra de forma positiva nas telas cinematográficas.

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overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;”><a href=”https://www.instagram.com/reel/C6wEwBrtQol/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading” style=” color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px; text-decoration:none;” target=”_blank”>Uma publicação compartilhada por MIMB (@oficialmimb)</a></p></div></blockquote> <script async src=”//www.instagram.com/embed.js”></script>{/source}

A estudante Samara Almeida, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi premiada na categoria pôster do Prêmio Lévi-Strauss, durante a 34ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA), que aconteceu entre os dias 23 e 26 de julho. Samara é formanda do curso de Ciências Sociais do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira/São Félix, e apresentou o trabalho Retratos (Mal)ditos e a (Des)educação de Subjetividades Negras na Escola, orientada pelo professor Osmundo Pinho.

Em sua pesquisa, Samara parte do entendimento de que a cidade de Cachoeira parece estar atravessada por um contexto macro de antinegritude e de como as pessoas de lá foram (des)educadas a rejeitar o que é ser negro. Através do método pesquisa-ação, utilizando debates e discussões, colocando em prática a transformação de linguagem em ação, com a confecção de produções materiais, simbólicas e reflexivas, foi realizada uma série de oito oficinas de rima, análise de imagens e iconografias, colagens de imagens e produção audiovisual com duas turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos) do Colégio Estadual da Cachoeira. A partir dos encontros, a estudante analisou a forma como os(as) participantes interagem com a crítica,  os estereótipos e a relação deles(as) com suas identidades raciais. 

Com o resultado das práticas com os(as) participantes, Samara produziu, além do pôster premiado, dois mini documentários: Identidade e sonhos, com a turma do segundo ano, e Identidade e sonhos,  com a turma Eixo 7, as duas do Colégio Estadual da Cachoeira.  Para ela, as imagens recriadas durante as oficinas têm lastro histórico, pois “os retratos e imagens aprisionados na escravização e violência, pintados por viajantes e sistematizados por teóricos racialistas, criam um arquivo imagético, desdobrado como uma narrativa que cristaliza as sujeitas/os negros no pós-vida da escravidão. Mas, são reinventados através do repertório visual e discursivo dos estudantes negros ao (re)criar narrativas e imagens sobre si e a história do seu povo”, explica a estudante.

Sobre a participação no evento nacional, Samara afirma ter sido uma ótima experiência, especialmente pela pesquisa ter acontecido na cidade de Cachoeira.  “Foi uma experiência fantástica! Ter o retorno junto a referência, ter colocado Cachoeira no mapa epistemológico e etnográfico, ampliando as discussões sobre hierarquização racial e antinegritude. Temáticas muito caras ao meu grupo de pesquisa”. Além de Samara e de seu orientador Osmundo Pinho, a comitiva da UFRB na 34ª RBA contou com mais 15 participantes, entre professores(as), graduandos(as) e pós-graduandos(as). 

O trabalho premiado é associado ao projeto “Imagem, História e Cidade Interpelando Narrativas Visuais no Recôncavo da Bahia” e desdobra-se nos estudos do grupo de pesquisa “Territorialidade, Patrimônio e Violência no Recôncavo da Bahia”, ambos coordenados pelo professor Pinho. 

Sobre a Reunião Brasileira de Antropologia

A 34ª edição da Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) teve como tema “Territórios vivos, corpos plurais. Antropologia e saberes críticos”. A temática alude às diferentes lutas sociais e resistências em defesa da vida, dos territórios e dos corpos plurais diante dos contextos de crise e violências vividos e observados no Brasil e no mundo, na contemporaneidade.

O Prêmio Lévi-Strauss  é uma homenagem à contribuição de Claude Lévi-Strauss à Antropologia e visa estimular novas carreiras e dar visibilidade à produção original e de qualidade acadêmica desenvolvida na graduação.