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O Pinhão Manso, matéria prima para biocombustível, é pesquisado na UFRB

O Pinhão Manso, matéria prima para biocombustível, é pesquisado na UFRB

Com o intuito de participar nos trabalhos de pesquisa com o pinhão manso, espécie ainda pouco conhecida pela ciência, a UFRB em parceria com a EBDA, está iniciando uma série de trabalhos envolvendo espaçamento, fontes, doses e formas de aplicação de fertilizantes, consórcio, podas, enxertia e outras linhas de pesquisa.

Entre as experiências feitas com vegetais para uma futura substituição do óleo diesel como combustível, destacou-se o pinhão-manso (Jatropha curcas L.), também conhecido como pinhão-de-purga, pinhão-paraguai, manduri-graça e mando-bi-guaçu.
Muito utilizado como cerca viva e na extração de óleo, que serve para a fabricação de sabão e como purgativo para o gado bovino, ele tem demonstrado bons resultados na área de biocombustíveis. Experimentos feitos com o óleo extraído do pinhão-manso (óleo-de-purgueira), comparando-o com o diesel, para gerar a mesma potência, o consumo de óleo-de-purgueira foi 20% maior, o ruído mais suave e a emissão de fumaça, semelhante. Considerou-se também possível o uso desse óleo não apenas como combustível, mas também na indústria de tintas e de vernizes. Análises posteriores mostraram que o óleo de pinhão-manso tem 83,9% do poder calorífico do óleo diesel.

Pertencente à família das euforbiáceas, onde também se encontram a mandioca (Manihot esculenta), a mamoneira (Ricinus communis), a seringueira (Hevea brasiliensis), a faveleira e o cansanção (Cnidosculus), o pinhão foi inicialmente incluído em outros gêneros, gerando algumas sinonímias (Castiglionia indica A. Rich.; C. lobata R. et P.; C. purgans Endl.; Curcas adansoni Endl.; C. curcas Britt et Millsp.), sendo tratado dentro de Jatropha por alguns autores (Jatropha acerifolia Salisb.; J. condor Wall.; J. molucanna Wall.).

O grande interesse nesta espécie atualmente destaca-se por se tratar de uma cultura perene, sobrevivendo por mais de 40 anos, não sendo necessário o replantio como acontece com o amendoim, soja e mamona. Além disto, é elevado o potencial de sua exploração em consórcio com milho, amendoim, girassol e algumas variedades de feijão, sendo possível conciliar a exploração dos biocombustíveis com a agricultura familiar. Com a possibilidade do uso do óleo do Pinhão Manso para a produção do biodiesel, abrem-se amplas perspectivas para o crescimento das áreas de plantio com esta cultura no semi-árido.

Apesar de apresentar-se como uma importante ferramenta na mudança da matriz energética brasileira, ainda são raras as pesquisas voltadas para a cultura do Pinhão Manso.

Na UFRB o trabalho está sendo desenvolvido pelo professor Paulo Cezar Lemos de Carvalho e três estudantes sob sua orientação: Edson da Silva de França, do sexto semestre, Jazon Ferreira Primo Junior, do oitavo semestre e José Luis Linhares, do quarto semestre.

O Pinhão Manso está sendo cultivado em uma área experimental do curso de Agronomia. Dentro de um mês, os pesquisadores terão resultados dos primeiros experimentos.

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