Veja a cobertura completa do III Encontro sobre Agroecologia e Agricultura Familiar (EAAF)

Veja a cobertura completa do III Encontro sobre Agroecologia e Agricultura Familiar (EAAF)

O III Encontro começou na quarta,19/09 e terminou na sexta, 21. Organizado pelo Grupo Agrovida e pela UFRB, teve como objetivo geral promover a reflexão e a mobilização sobre a importância da Agricultura Familiar e Agroecologia para o Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário no contexto da educação e formação profissional, restabelecendo o compromisso entre a Universidade e a Sociedade.

Além de estudantes e professores da UFRB, a platéia do primeiro dia do evento reuniu profissionais da área de ciências agrárias e principalmente agricultores (as) familiares.

A mesa de abertura foi composta por Simone (representante do Grupo AGROVIDA), Getúlio Pinto (representante da EMBRAPA Mandioca e Fruticultura Tropical), Ailton Florêncio (Superintende da Agricultura Familiar na Bahia), Professor Paulo Gabriel (Reitor da UFRB), Osvaldo Pereira (Secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente de Cruz das Almas),  Ana Cláudia (Representante da FETRAF-BA), Martiniano Costa (representante da CUT-BA) e Aelson Almeida (Pró-reitor de Extensão da UFRB).

Simone iniciou fazendo uma breve apresentação do Grupo AGROVIDA e da importância da realização desse III Encontro. Todos na mesa destacaram o empenho dos estudantes, membros do Grupo AGROVIDA, na busca de quebrar os muros da Universidade e trazer a sociedade cada vez mais próxima do ensino, da pesquisa e da extensão, para que estas atividades inerentes de uma universidade estejam adequadas a realidade social do país, em especial da Bahia, a partir de eventos dessa magnitude. 

A Conferência de Abertura intitulada “As Políticas Territoriais, Agroecologia e Agricultura Familiar no Estado da Bahia” contou com as palestras proferidas pela Professora Tatiana Veloso (Articuladora pela UFRB do Território do Recôncavo) e por Nereide Segala (Representante do Território da Bacia do Jacuípe). Abordou-se a importância dos Territórios de Identidade, enquanto espaços democráticos, para a construção do Desenvolvimento Regional Sustentável.

Na tarde do primeiro dia aconteceram as seguintes oficinas:

1. Agrocombustíveis – teve como facilitador o Sr. Paulo Sérgio da FETRAF e foi pontuada a perspectiva da Agricultura Familiar em relação ao tema, visando também despertar a consciência quanto aos cuidados com o Meio Ambiente, a Biodiversidade, a Soberania Alimentar e as Políticas de Assessoria Técnica.

2. Práticas Agroecológicas na Horticultura

3. Conhecendo Tecnologias Sociais – o facilitador foi Aelson Almeida, Pró-reitor de Extensão da UFRB. Na oficina ocorreram debates produtivos sobre questões relacionadas à Agricultura Familiar, sua multifuncionalidade e as relações com as Tecnologias Sociais, como aplicações técnicas ou instrumentais que facilitam os trabalhos dos agricultores (as), trazendo maior satisfação e prazer, ou seja, melhores condições de vida.

4. Gestão Associativa – O facilitador foi  Reinaldo Varjão, professor da EMARC-Valença. Ele desenvolveu metodologias participativas incentivando a prática da cooperação e o exercício da “com-vivência” (viver com os outros), destacando também a importância da comunicação e o exercício da “paz-ciência”.

5. Plantas Medicinais- O facilitador foi Professor Alexandre Almassy, da UFRB, que desenvolveu atividades em grupo buscando demonstrar algumas plantas medicinais muito importantes para o desenvolvimento da agroecologia, apresentando aspectos técnicos como cultivo e propagação e aspectos da planta como princípio ativo e funções para o ambiente e para as pessoas.

6. Práticas Agroecológicas na Horticultura – O facilitador foi André Leonardo, da Escola Agrotécnica Federal de Santa Inês, que fez uma exposição de ações e práticas agroecológicas para a horticultura e dividiu os participantes em grupos para fazer um diagnóstico do sistema produtivo nas hortas do Projeto Volta à Terra. Logo após foram apresentados os pontos positivos e negativos pelos grupos, destacando possíveis soluções agroecológicas. Foi demonstrado também os processos de Compostagem e Biofertilizante, muito importantes para serem utilizados na agricultura, diminuindo custos e trazendo benefícios aos agricultores (as).

No segundo dia, 20/09, pela manhã:

Houve a Conferência “Economia Solidária, Soberania Alimentar e Sementes Crioulas”, tendo como expositores Nereide Segala, representando o Fórum Baiano da Economia Solidária, Romildo Simões da UNISOL e Adenilton Nunes do GARRA.

Após o debate, foi encaminhado um pedido para que a UFRB faça a sistematização de todos os trabalhos na linha da Agricultura Familiar que já existem em todo o estado, fornecendo meios de realizar um futuro trabalho de extensão adequando as práticas às realidades específicas de cada local.

Finalizando a manhã, aconteceu a palestra “Política Estadual de ATER” de Fernando Oticica, da FETRAF-BA,  que falou sobre aimportância da Política de ATER e as novas demandas necessárias para o fortalecimento da Agricultura no estado da Bahia.

 
Na Sexta, os trabalhos iniciaram com uma mística, apresentada por membros do Agrovida, que refletia a importância da Agricultura Familiar em relação à sua diversidade, à sua cultura e à sua solidariedade. Logo após foi exibido  um vídeo, com fotos de todo o evento, o que emocionou os participantes, descontraindo-os para a próxima atividade.
 
Seguindo a programação, formou-se a mesa redonda “Perfil dos Profissionais das Ciências Agrárias” com a presença da Pró-reitoira de Graduação da UFRB, do Núcleo de Agricultura Familiar da UFRB, de um representante estudantil, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Bahia, e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Bahia. Nesta o debate foram analisadas as diretrizes curriculares do MEC para os cursos das ciências agrárias, passando pelo código de ética dos profissionais, culminando com o perfil do egresso que a Universidade forma atualmente. Foi uma mesa bastante diversificada e que tinha diversos pontos de vista, o que favoreceu um debate saudável, juntamente com o público.
 
Em quase todas as falas foi unânime que a formação atual  não prioriza o desenvolvimento de atividades em prol da Agricultura Familiar e da Agroecologia, mas sim o Agronegócio, permitindo assim a perpetuação das desigualdades sociais que existem atualmente, além das enormes agressões ao meio ambiente, à saúde, à cultura popular e à ética profissional.
 
Portanto, ocorre a necessidade de mudanças não somente nos currículos, trocando disciplinas ou ementas, mas sim em todo o Projeto Político-Pedagógico dos cursos e na própria estrutura de ensino das Universidades, para isso, a construção dessa proposta deverá ocorrer em conjunto com a Sociedade Civil e os Movimentos Sociais Populares organizados.
Na avaliação do Grupo AGROVIDA, o III Encontro "trouxe agricultores (as) que se fizeram, ao mesmo tempo, estudantes e professores, aprendendo e ensinando lições a essa Universidade que surgiu de um movimento democrático e popular e que toma para si o papel de fazer diferente, de atender às demandas da maior parte da sociedade, e voltar-se para o desenvolvimento sustentável, social, político e econômico desse estado e dessa região tão cheia de saberes e sabores populares, que são a Bahia e o Recôncavo" Segundo Danívio Batista Santos, responsável pela cobertura e divulgação.
Na pesquisa de avaliação do evento,   72,4% dos participantes classificaram o III encontro como  "bom" quanto aos seus aspectos gerais.
 
Fotos e vídeo do evento:

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Folder III Encontro sobre Agroecologia e Agricultura Familiar da UFRB

  

Para saber mais sobre o AGROVIDA

O Movimento de Apoio à Agricultura Familiar – AGROVIDA,  foi fundado em 12 de fevereiro de 2003 e constitui-se como uma associação civil, de direito privado, de caráter sócio ambiental, sem fins lucrativos e de duração indeterminada.

Tem como missão desenvolver e experimentar Metodologias Participativas com professores, estudantes, agricultores (as) familiares, técnicos (as) e gestores (as) rurais inseridos no contexto da Agricultura Familiar, por meio de princípios educativos baseados na Agroecologia, facilitando o Desenvolvimento Rural Sustentável, bem como estimular as parcerias, o diálogo local e a solidariedade entre os diferentes segmentos sociais, visando a construção de políticas públicas de Educação para o campo.

O Grupo realizou o I e o II Encontro sobre Agroecologia e Agricultura Familiar da UFRB, que tinham como principal objetivo a criação e o fortalecimento do Núcleo de Agricultura Familiar e Agroecologia da UFRB e a consolidação do Grupo AGROVIDA como  grupo de apoio a Agricultura Familiar e Agroecologia.

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